3 Vestindo o seu Poder: Livro O Poder do Agora

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Livro O Poder do Agora

Para refletirmos sobre a importância de nos desapegarmos das nossas mentes e pensamentos , assim como das emoções geradas pelo passado e pela antecipação do futuro,  e aprendermos a ficar no momento presente, seguem  trechos do livro O Poder do Agora, de Eckhart Tolle.


Identificar-se com a mente faz com que estejamos sempre pensando em alguma coisa. Ser incapaz de parar de pensar é uma aflição terrível, mas ninguém percebe porque quase todos nós sofremos disso e, então, consideramos uma coisa normal.
Se nos identificamos com a mente, criamos uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições que bloqueia todas as relações verdadeiras. E essa tela de pensamentos cria uma ilusão de separação, uma ilusão de que existe você e um “outro” totalmente à parte

Então, é porque a mente está usando você. Estamos tão identificados com ela que nem percebemos que somos seus escravos. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver como se fôssemos a entidade dominadora. A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência.

Comece a prestar atenção ao que a voz dentro da sua cabeça diz, principalmente a padrões repetitivos de pensamento, aquelas velhas trilhas sonoras que você escuta dentro da sua cabeça há anos. É isso que quer dizer “observar o pensador”. Quando você ouve o pensamento, sente uma presença consciente, que é o seu eu interior mais profundo, por trás ou por baixo do pensamento. O pensamento, então, perde o poder que exerce sobre você e se afasta rapidamente, porque a mente não está mais recebendo a energia gerada pela sua identificação com ela. Quando um pensamento se afasta, percebemos uma interrupção no fluxo mental, um espaço de “mente vazia”. No início, esses espaços são curtos, talvez apenas alguns segundos, mas, aos poucos, se tornam mais longos. Quando esses espaços acontecem, sentimos uma certa serenidade e paz interior.

Em vez de “observar o pensador”, podemos também criar um espaço no fluxo da mente, direcionando o foco da nossa atenção para o Agora. Torne-se consciente do momento. Essa é a essência da meditação.

Na vida diária é possível pôr isso em prática dando total atenção a qualquer atividade rotineira. Por exemplo, todas as vezes que você subir ou descer as escadas em casa ou no trabalho, preste muita atenção a cada passo, a cada movimento, até mesmo à sua respiração. Esteja totalmente presente. Ou, quando lavar as mãos, preste atenção a todas as sensações provocadas por essa atividade, como o som e o contato da água, o movimento das suas mãos, o cheiro do sabonete, e assim por diante. Tome consciência de um silencioso, mas poderoso, sentido de presença.

A mente, no sentido em que emprego o termo, não é apenas pensamento. Ela inclui nossas emoções, assim como todos os padrões de reações mentais e emocionais inconscientes. A emoção nasce no lugar onde a mente e o corpo se encontram. É a reação do corpo à nossa mente ou, podemos dizer um reflexo da mente no corpo. Quanto mais identificados estivermos com nosso pensamento, com as coisas que nos agradam ou não, com nossos julgamentos e interpretações, ou seja, quanto menos presentes estivermos como consciência observadora, mais forte será a carga de energia emocional, tenhamos ou não consciência disso. Se reconhecermos que a raiz da inconsciência vem de uma identificação com a mente, o que naturalmente inclui as emoções, estaremos dando um passo para nos livrar da mente. Ficamos presentes.

Quando estamos presentes, podemos permitir que a mente seja como é, sem nos deixar enredar por ela. A mente em si é uma ferramenta maravilhosa. O mau funcionamento acontece quando buscamos o nosso eu interior dentro dela e a confundimos com quem somos. É nesse momento que a mente torna-se egóica e domina toda a nossa vida. Estar identificado com a mente é estar preso ao tempo. É a compulsão para vivermos quase exclusivamente através da memória ou da antecipação. Isso cria uma preocupação infinita com o passado e o futuro, e uma relutância em respeitar o momento presente e permitir que ele aconteça.

Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no Agora.

Nada jamais irá acontecer no futuro, acontecerá no Agora.
Toda a essência do zen consiste em caminhar sobre o fio da navalha do Agora, em estar tão absolutamente presente que nenhum problema, nenhum sofrimento, nada que não seja quem somos em essência, possa permanecer em nós. No Agora, na ausência do tempo, todos os nossos problemas se dissolvem. O sofrimento precisa do tempo e não consegue sobreviver no Agora.

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